O mundo tem se tornado cada vez mais desafiador, incerto, competitivo, exigente. O medo do desemprego, aliado ao maior acesso a bens de consumo, levou o ter a se tornar efetivamente mais relevante do que o ser em muito dos nossos lares.
O desencanto com boa parte das nossas autoridades, marcas e referências que tanto politicamente quanto comercialmente nos abandonam, nos faz agir como se tudo fosse relativo, como se nada importasse. Qual o problema do filho entregar a tarefa copiada da internet? Todo mundo não age assim? O que tem de errado em discordar da escola nos grupos de Whatsapp? Não é o que todo mundo faz? Para que comprar o livro se dá para xerocar? Quando um adulto age assim, ele se posiciona como o político que rouba “pela causa” ou como o empresário que não faz a manutenção adequada de suas instalações porque isso custaria mais caro do que indenizar possíveis vítimas.
Todos têm o direito de crescer com dignidade! Aliás, isso consta em nossa Constituição Federal: é tarefa da Família, da Escola e da Sociedade educar com caráter e dignidade.
É por isso que Escola e Família devem ser parceiras e não se colocarem em campos opostos, pois têm uma missão em comum.
Passou da hora de elevarmos a nossa barra de exigência com a nossa própria vida. Se queremos filhos/alunos autônomos, resilientes e com caráter elevado, precisamos sair da bolha ilusória que nos protege das adversidades. Mimar, superproteger, esconder deficiências ou querer privilégios descabidos para nossas crianças e jovens não são gestos de amor. Se queremos que eles sejam felizes, não temos que comprar isto para eles, ao contrário! Devemos ensiná-los a lidar com a infelicidade e aí sim, estaremos no caminho certo.
Matéria original OPEE retirado do link: http://opelink.opee.com.br/ev/PE62I/Bji/96c1/FW5pC0tjJYi/BN_K/